top of page
Buscar

#helsínquia #dia4

Atualizado: 25 de mai. de 2023

Como sempre, o dia iniciou-se cedo e sabíamos que seria, de novo, dedicado a palestras e workshops. Do nosso ponto de vista, o momento alto, em que sentimos que o que estávamos a receber nos iria ser muito útil, tendo em conta a nossa cultura e os nossos alunos, foi neste dia, com o workshop intitulado See the Good (traduzido, grosso modo, Vê o lado Positivo), ministrado pela fantástica Elina Paatsila..


Foi um momento muito inspirador:

- que devemos ajudar os nossos alunos a encontrar e usar as suas forças e pontos mais positivos. Na prática, o professor explora diariamente o que os alunos trazem de positivo nesse dia para a sala de aula. As propostas são várias:

Assim, os alunos exploram as sua potencialidades, traços positivos da sua personalidade, através de sentimentos, pensamentos ou comportamentos autênticos.

Para melhor compreendermos o processo, Elina usou uma metáfora muito interessante, contando uma história da cultura Cherokee:

“Uma noite um velho Cherokee contou ao seu neto uma história acerca de uma batalha que se trava dentro das pessoas. Ele disse: ‘Meu filho, a batalha é entre dois lobos dentro de todos nós. Uma delas é a negatividade: é raiva, tristeza, stress, desprezo, nojo, medo, constrangimento, culpa, vergonha e ódio. A outra é a positividade: é alegria, gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, diversão, inspiração, admiração, e acima de tudo, amor.'

O neto pensou por um minuto e então perguntou ao avô: 'E qual é lobo que vence?' O velho Cherokee simplesmente respondeu: 'Aquele que tu alimentares'


A proposta é clara, que acabemos com o ciclo de negatividade a que muitas vezes os nossos alunos estão sujeitos, proporcionando-lhes condições de bem-estar emocional e físico, e acreditando apenas no que cada aluno tem de positivo dentro de si, pois é certo e comprovado: crianças felizes aprendem melhor! Assim estaremos a aplicar uma educação positiva: em vez de colocarmos os alunos a competir uns contra os outros, incentivamos um processo cooperativo, no qual os professores aprendem a valorizar a criança, numa atmosfera compassiva de múltiplas oportunidades para o sucesso.


Como? Através do constante estímulo positivo, de expetativas comportamentais acordadas e consistência por parte do professor. Não se trata de uma relação de constante positividade, que facilmente se pode tornar tóxica, mas da capacidade de regular a positividade.

Adorámos! E o ambiente foi fantástico!

Pausa para almoço rápido e, de tarde, nova ronda de palestras. Desta vez, com a diretora da escola onde tínhamos estado na segunda feira, Ritva Mickelsson, numa palestra intitulada Inclusive steps and students’ well-being in Finnish Education, na qual foi abordada a postura finlandesa relativamente à inclusão dos alunos de ensino especial. Como esperávamos, a nossa comunicadora foi exímia, e apresentou-nos os objetivos da educação inclusiva finlandesa:

- desenvolver “o que funciona” no sistema finlandês;

- preparar para um mundo em mudança e multifacetado;

- aumentar o significado da aprendizagem;

- melhorar a igualdade educacional, o envolvimento e o bem-estar;

- promover a aprendizagem ao longo da vida;

- desenvolver um amplo bem-estar para todos;

- melhorar as capacidades para uma vida sustentável.



As estratégias que implementam dividem-se a nível nacional, municipal, de escola e de sala de aula, com a elaboração de Planos Individuais de Aprendizagem, Trabalho em Casa e identificação de todos os tipos de apoio necessários.


Na prática, desenvolvem tudo isto através de um ensino diferenciado, com os alunos colocados num grupo que é flexível, com aconselhamento constante, trabalho de apoio constante, educação especial em part-time e participação em clubes. Contudo, colocamos aqui uma ressalva, que não podemos deixar de fazer. Em teoria, parece-nos tudo muito interessante, mas na prática não foi bem isto que constatámos. É que não vimos nas turmas que visitámos alunos de ensino especial e quando colocámos questões de ordem muito prática percebemos que os alunos eram apenas integrados em disciplinas pontuais e que, na maior parte do tempo, os alunos de ensino especial encontravam-se num espaço restrito da escola, com pouco contato com os restantes alunos, o que nos levou a sentir alguma perplexidade e incoerência...


Ainda assim, o que retiramos de muito positivo de tudo o que ouvimos foi o pressuposto de que cada criança deve ter um adulto que lhe sirva de bom modelo e que nunca desista dela:



Acabados os trabalhos, fomos fazer algumas compras para as famílias e escola. No meio de tanta variedade, descobrimos uma loja na avenida principal de Helsínquia, a Esplanadi, com o que chamámos de Paraíso do Natal!


Mas não ficámos por aqui. Como tínhamos um bilhete grátis para visitar a ilha de Suomenlinna, apanhámos o ferryboat e aí fomos nós!


A ilha tem uma fortificação e servia de proteção à cidade de Helsínquia. É uma ilha bastante ventosa e de aspeto um pouco rigoroso:


Inusitadamente, encontramos uma biblioteca no meio do nada. A nossa bibliotecária ficou exultante, pois encontramos os livros preferidos dos nossos alunos em finlandês.


Depois de muito frio e vento, viemos embora, a precisar de um chá quentinho e do nosso hotel.







Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page